segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Disciplina HZ160-B - Introdução à Antropologia: natureza e cultura

IFCH / UNICAMP
Curso de Graduação em Ciências Sociais
Disciplina Introdução à Antropologia: natureza e cultura - HZ160-B
2016, primeiro semestre
Terças feiras, 19-23hs

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Ementa:


Esta disciplina pretende apresentar as principais discussões antropológicas em torno de natureza e cultura. Como se trata de uma disciplina de formação, enfatiza-se o compromisso com os tópicos basilares da antropologia e a leitura de pelo menos uma etnografia.

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Programa:

Aula 1 - 01/03 - Apresentação
  • Leitura em sala: BOHANNAN, 1966
  • Leitura complementar: MALINOWISKI, 1978.

BLOCO I – SOBRE A DICOTOMIA
Aula 2 - 08/03 – Nos limites da cultura: de natural a primitivo
  • Leitura Obrigatória: CASTRO, 2005.
  • Leitura complementar: KUPPER, 2008 (Cap. 1 e 2, p. 17-62).
Aula 3 - 15/03 – Sociogênese e usos do conceito de Cultura
  • Leitura Obrigatória: ELIAS, 1990; KUPPER, 2008 (Cap. 6, p. 161-186)
  • Leitura complementar: PIZZARO, 1998; MARCARIAN, 1980;
Aula 4 - 22/03–  Críticas antropológicas à dicotomia
  • Leitura Obrigatória: GEERTZ, 1978; LEVI-STRAUSS, 2009.
  • Leitura complementar: LEACH, 1989, INGOLD, 2005.

Aula 5 - 29/03–  Revisão e Avaliação 1 (individual, em sala)

BLOCO II – DESNATURALIZANDO AS DIFERENÇAS
Aula 6 - 05/04 – Raça e etnia
  • Leitura Obrigatória: WEBER, 1991; BANTON, 1979.
  • Leitura complementar: BARTH, 1998; ARRUTI, 2014.
Aula 7 - 12/04 – Raça e casta na América
·         Leitura Obrigatória: SANTELLI, 2011; LÓPEZ-BELTRÁN & GARCÍA DEISTER, 2013
·         Leitura complementar: STOLKE, 2006; LOPÉZ-BELTRÁN, 2008.
Aula 8 - 19/04 – Raça, cor e etnia no Brasil
  • Leitura Obrigatória: MONTEIRO, 1996; GUIMARÃES, 1995.
  • Leitura complementar: ARRUTI, 1997. PETRUCCELLI, 2013, PAGLIARO, 2005

Aula 09 - 26/04 – Revisão (coletiva em sala).


INTERRUPÇÃO PELA GREVE 
DE DISCENTES, FUNCIONÁRIOS E DOCENTES 
DA UNICAMP


Aula 10 - 09/08 - Repactuando o curso
  • Avaliação do processo de greve;
  • Acertos em torno da reposição de aulas e da avaliação;
  • Revisão da matéria dada.
BLOCO III – DESNATURALIZANDO O HUMANO
Aula 10 - 16/08 - Noção de Pessoa
  • Leitura Obrigatória: MAUSS, 2003b; RUI, 2012.
  • Leitura complementar: MAUSS, 2003a
Aula 11 - 23/08 – A Fabricação do corpo
  • Leitura Obrigatória: SEEGER et alli., 1979; WOORTMAN, 2008.
  • Leitura complementar: VIVEIROS DE CASTRO, 1979.

BLOCO IV – DESNATURALIZANDO A NATUREZA
Aula 12 – 30/08 - Tempo e Espaço estruturais
  • Leitura Obrigatória: EVANS-PRITCHARD, 1978

Aulas canceladas:

Aula 13- Outras perspectivas sobre a natureza
  • Leitura Obrigatória: LIMA, 1999; DESCOLA, 2015.
  • Leitura complementar: SZTUTMAN, 2009.
Aula 14 - Políticas da natureza
  • Leitura Obrigatória: DIEGUES, 2000; LITTLE, 2006
  • Leitura complementar: FOLADORI e TAKS, 2004; BARRETO Fo., 1997.

Aula 15 - Revisão,  balanço do curso e instruções finais para a Avaliação 3


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Bibliografia:


ARRUTI, José Maurício A. 1997. “A emergência dos remanescentes: notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas”.Mana - estudos de antropologia social, n.3/2, outubro, p.7-38. [on-line]
ARRUTI, José Maurício. 2014. “Etnicidade”. In: Dicionário Crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa / Org.: Lívio Sansone e Claudio Furtado. Salvador: EdUFBA / ABA (p. 199-214). [on-line]
*BANTON, Michael .1979. “Etnogênese”. In: A Idéia de Raça. Lisboa: Edições 70 (p. 153-173).
BARRETTO Fo., Henyo T. 1997. Da nação ao planeta através da natureza: uma tentativa de abordagem antropológica das unidades de conservação na Amazônia. Brasilia: UnB / Série Antropologia 222 (33p.). [on-line]
*BARTH, Fredrik. 1998. “Grupos étnicos e suas fronteiras”. Em Poutignat, Philippe e Jocelyne Streiff-Fernart. Teorias da etnicidade. São Paulo: Fundação Editora da UNESP (p. 185-228).
BOHANNAN, L. 1966. ‘Shakespeare no meio do mato’ [Shakespeare in the bush’. Em: Natural History, ago./set.]. [on-line]
CALAVIA SÁEZ, Óscar. s/d. “El indio ecológico - Diálogos a través del espejo”. [on-line]
*CASTRO, Celso (org.) “Introdução”. In: Evolucionismo cultural. Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp. 7-40.
*DANTAS, Maria Isabel. “Doce dádiva. A festa do chouriço”. Em PIETRAFESA DE GODOI, Emília; MENEZES, Marilda e MARIN, Rosa (orgs). Diversidade do campesinato: expressões e categorias. Vol. I São Paulo: UNESP, NEAD, 2009.
DESCOLA, Philippe. 2015. Além de natureza e cultura. Tessituras, Pelotas, v. 3, n. 1 (p. 7-33). [on-line]
DIEGUES, Antonio C. S. 2000. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Hucitec -  NUPHAUB/USP (em especial, cap. 1 e 2, p. 23-39). [on-line]
*DOUGLAS, Mary. Pureza e Perigo. Ensaio sobre a noção de poluição e tabu.
*ELIAS, Norbert. Capítulo I. Da sociogênese dos conceitos de “civilização” e “cultura” In O processo civilizador. Vol. I Uma História dos Costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. Pp. 23-62.
*ELIAS, Norbert. Do comportamento à mesa. In O processo civilizador. Vol. I Uma História dos Costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. Pp. 91-128.
*EVANS-PRITCHARD, E. E. 1978. “Tempo e Espaço”. In: Os Nuer. São Paulo: Perspectiva (107-151).
FOLADORI, G. e J. TAKS, 2004. Um olhar antropológico sobre a questão ambiental. MANA 10:2 (p. 323-348). [on-line]
GEERTZ, Clifford – “O Impacto do Conceito de Cultura sobre o Conceito de Homem”. IN: Geertz, C. “A Interpretação das Culturas”. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. Pp. 25-40.
GUIMARÃES, Antônio S. 1995. “Racismo e anti-racismo no Brasil”. Novos Estudos CEBRAP N.° 43 (p.26-44). [on-line]
INGOLD, Tim. Humanidade e animalidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais n. 28, ano 10. 2005. [on-line]
KUPER, Adam. 2008. A Reinvenção Da Sociedade Primitiva - Transformações de Um Mito. Recife: Ed. UFPE.
LEACH, Edmund. Natureza/Cultura. Enciclopédia Einaudi, Lisboa. Vol. 5- Anthropos-Homem, 1989. Pp. 67-101. [on-line]
LEVI-STRAUSS, C. Natureza e cultura, Revista Antropos, vol. 3 n. 2, 2009 (p. 17-26). [on-line]
*LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e história In Antropologia Estrutural II, Rio de Janeiro: Tempo universitário, 1993.
LIMA, Tânia Stolze.  1999. Para uma teoria etnográfica da distinção natureza e cultura na cosmologia juruna. Revista Brasileira De Ciências Sociais, vol. 14 No. 40 (43-52). [on-line]
LITTLE, Paul Elliot. 2006. Ecologia política como etnografia: um guia teórico e metodológico. Horizontes Antropológicos, ano 12, n. 25 (p. 85-103). [on-line]
LÓPEZ BELTRÁN, Carlos. 2008. “Sangre Y Temperamento - Pureza Y Mestizajes En Las Sociedades De Castas Americanas”. In: Frida Gorbach y Carlos López-Beltrán (org.) Saberes locales: ensayos sobre historia de la ciencia en América Latina. Michoacán: El Colegio de Michoacán (289-342). [on-line]
LÓPEZ-BELTRÁN, Carlos; GARCÍA DEISTER, Vivette. 2013. “Aproximaciones científicas al mestizo mexicano”. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.20, n.2 (p.391-410). [on-line]
*MALINOWISKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo, Editora Abril. 1978.
MARCARIAN, Eduardo. 1980. “O Lugar e papel da cultura nas ciências sociais modernas”. In: O papel da cultura nas ciências sociais / Vários autores. Porto Alegre: Villa Martha (pp. 93-114). [on-line]
*MAUSS, Marcel. 2003a. “Uma categoria do espírito humano. A noção de pessoa, a noção de eu”. In: Sociologia e Antropologia. Editora Cosac e Naify (p. 367-397).
*MAUSS, Marcel. 2003b. “As técnicas do corpo” In: Sociologia e Antropologia. Cosac & Naify. Pp. 401-422.
PAGLIARO, Heloísa; Marta Maria AZEVEDO e Ricardo Ventura SANTOS. 2005. “Demografia dos Povos Indígenas no Brasil: um panorama crítico”. In: Demografia dos Povos Indígenas no Brasil/H. Pagliaro, M. M. A. e R. V. Santos (Orgs.). Rio de Janeiro: Editora Fiocruz e Associação Brasileira de Estudos Populacionais/Abep (11-32). [on-line]
PETRUCCELLI, José L. 2013. Auto-identificação, identidade étnico-cacial e heteroclassificação. In: Características étnico-raciais da população / J. L. Petriccelli, A. L. Sabóia (orgs). Rio de Janeiro: IBGE (29-48). [on-line]
*PIZZARO, Narciso. 1998. “Evolución historica de las formas de construción de lo social”. In: Tratado de Metodologia de lãs ciências sociales.  (p. 41-64).
 RUI, Taniele. “Sobre pessoas, substâncias, corpos e coisas” In Corpos Abjetos: etnografia em cenários de uso e comércio de crack. Tese de doutorado em Antropologia Social. PPGAS/Unicamp, 2012. Terceira parte (p. 245-323). [on-line]
*SAHLINS, Marshal. 2007. La pensée bourgeoise - a sociedade ocidental enquanto cultura. In Cultura e razão prática. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Pp.166 a 203.
SANTELLI, Ricardo Leme. 2011. Castas Ilustradas: Representação de Mestiços no México do Século XVIII. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo (13p.). [on-line]
*SEEGER, Anthony; DA MATTA, Roberto, & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo B. 1987. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: Sociedades Indígenas e Indigenismo no Brasil / Org. João Pacheco de Oliveira. Rio de Janeiro: Marco Zero / UFRJ (p. 11-30).
STOLKE, Verena. 2006. O enigma das interseções: classe, raça, sexo, sexualidade. A formação dos impérios transatlânticos do século XVI ao XIX. Estudos Feministas, Florianópolis, 14:1 (15-42). [on-line]
*STRATHERN, Marylin. Necessidade de pais, Necessidade de mães. Revista Estudos Feministas, Ano. 3 n. 2, 1995.
SZTUTMAN, Renato. 2009. “Natureza & Cultura, versão americanista – Um sobrevôo”, Ponto Urbe no. 4 (15p.). [on-line]
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “A fabricação do corpo na sociedade xinguana”. In: Sociedades Indígenas e Indigenismo no Brasil / Org. João Pacheco de Oliveira. Rio de Janeiro: Marco Zero / UFRJ (p. 31-42).
*WEBER, Max .1991. "Relações comunitárias e étnicas". In: Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Editora da Universidade de Brasília (p. 267-277).
WOORTMAN, Klass. 2008. Quente, frio e reimosso: alimento, corpo humano e pesoas. Caderno Espaço feminino, vol. 19: 1. [on-line]


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Dinâmica pedagógica

As aulas serão compostas pela alternância entre exposição oral do professor e discussão de textos da bibliografia teórica do curso, com ativa participação dos estudantes, baseada principalmente na discussão das Fichas de Leitura. Animando tal dinâmica, lançaremos mão de recursos auxiliares como análise de fotos, filmes, textos literários etc. A sala de aula é o lugar privilegiado para tirar dúvidas ou pedir orientação com relação ao curso. O curso conta com dois estagiários, um de graduação (PAD) e outro de pós-graduação (PED) para apoio aos alunos.


Avaliação

A avaliação é tema controverso no debate educacional, mas está claro que a melhor avaliação é contínua, processual e diversificada. Assim, a participação nas aulas será o primeiro item a ser considerado, importando tanto o respeito à etiqueta acadêmica, quanto a efetiva participação oral nos debates propostos. Este item não implica uma nota específica, mas pode resultar na indicação de pontos (ou fração) positivos ou negativos a serem aplicados à média final.
A segunda avaliação são as provas individuais (Avaliação 1 e 2), realizadas em sala, nas quais os alunos deverão responder a três questões desde já definidas:
1. Coteje a bibliografia do Bloco temático a partir de um ou dois tópicos sugeridos pela Ficha de Leitura.
2. Relate as aulas expositivas e as discussões que se seguiram.
3. Apresente seus comentários pessoais sobre o Bloco temático: identifique curiosidades, dúvidas ou sugestões.
Finalmente será realizado um trabalho final (Avaliação 3), em grupo (no máximo 3 alunos), com base na leitura de uma monografia antropológica.
A nota final resulta da média das três avaliações, à qual são somados (ou descontados) os eventuais pontos de participação.


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Orientações complementares: Ética acadêmica e Ficha de Leitura


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