segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Disciplina HZ 260 B - Antropologia II - Troca, Sociedade e Estrutura

Antropologia II - Troca, Sociedade e Estrutura - HZ 260 B
2o semestre de 2015
Professor responsável: José Maurício Arruti
Professor colaborador : Omar Ribeiro Thomaz: aulas 1 a 5)
Horário: terça-feira - 19:00 às 23:00 (CB13)

_________________________________________________________

EMENTA

Esta disciplina pretende apresentar as principais discussões antropológicas em torno de troca, sociedade e estrutura. Através de uma apreciação crítica sobre estas noções na trajetória da disciplina, serão lidos textos fundamentais da teoria e etnografia antropológica, considerando os distintos contextos do pensamento dos autores que serão focalizados. As relações de troca, dádiva e reciprocidade foram fundadoras de um olhar antropológico que vai de Durkheim e Mauss a Malinowski e Lévi-Strauss e retomados em Strathern, entre outros. A antropologia social britânica baseou-se na ideia de que o seu objeto de estudo seriam as relações estruturantes da sociedade. É o caso de Radcliffe-Brown, Evans-Pritchard, Leach e dos antropólogos da Escola de Manchester, com diferenças notórias entre si, e mesmo alterando-se nas trajetórias de alguns destes antropólogos. Em Lévi-Strauss a noção de estrutura torna-se menos sociocentrada e mais comprometida com um modelo de análise simbólica. Estes conceitos são ainda debatidos, criticados, reinventados ou recusados em novas propostas conceituais.

_________________________________________________________

PROGRAMA

AULA 1 – 04/08 - APRESENTAÇÃO DA EMENTA E PROGRAMA DO CURSO

I

AULA 2 – 11/08 – DA FUNÇÃO À ESTRUTURA: DE RADCLIFFE-BROWN A EVANS-PRITCHARD

A. R. Radcliffe-Brown. “Sobre o conceito de função em Ciências Sociais” (pp. 161-168) e “Sobre a estrutura social” (pp. 169-182). In:Estrutura e função na sociedade primitiva. [1935-1940]. São Paulo: Editora Vozes, 2013.

E.E Evans-Pritchard. “Introdução” (pp. 4-21), “Capítulo 3: Tempo e Espaço” (pp. 107-150)., “Capítulo 5: O sistema de linhagens (pp.201-256)” e “Resumo (pp. 270-276)”. In: Os Nuer. [1940]. São Paulo: Perspectiva, 1999.

Leitura complementar:

Adam Kuper. “Da função à estrutura” (pp. 87-120). In KUPER, Adam. Antropólogos e antropologia, Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Julio Cezar Melatti. “Introdução”. In. J. C. Melatti (org.) Radcliffe-Brown: Antropologia. São Paulo: Ática, 1978.


AULA 3 – 18/08 –DA ESTRUTURA SOCIAL À POLÍTICA: DE EVANS-PRITCHARD À ESCOLA DE MANCHESTER

E.E Evans-Pritchard.. “Capítulo 4: O sistema político” (pp. 151-200). In: Os Nuer. [1940]. São Paulo: Perspectiva, 1999.

E.E Evans-Pritchard e Mayer Fortes. “Introdução” (PP. 25-62). In: Sistemas Políticos Africanos. [1940]. Lisboa: F. G. Gulbenkian, 1981.

Max Gluckman. “Análise de uma situação social na Zululândia moderna” (pp. 227-267). [1940] In: Antropologia das sociedades contemporâneas (org. Bela Feldman-Bianco), São Paulo: Global, 1987.

Victor Turner. “Liminaridade e Communitas” (pp. 97-126). [1969] In: O Processo Ritual. Estrutura e Anti-Estrutura. Petrópolis: Vozes, 2013.

Leitura complementar:

Luis Roberto Cardoso de Oliveira. As categorias do entendimento e a noção de tempo e espaço entre os Nuer. Série Antropologia 137, Brasília, 1993.

Beatriz Perrone-Moisés. “Conflitos recentes, estruturas persistentes: notícias do Sudão”. In:Revista de Antropologia, vol.44, no.2, São Paulo, 2001.

Bela Feldman-Bianco. “Introdução” (pp. 19-56). In: Antropologia das sociedades contemporâneas (org. Bela Feldman-Bianco), São Paulo: Global, 2009.


AULA 4 – 25/08 –DA ESTRUTURA SOCIAL À ANÁLISE ESTRUTURAL: LÉVI-STRAUSS

Claude Lévi-Strauss. “Capítulo II: A análise estrutural em Linguística e em Antropologia” (pp. 45-70) e “Capítulo IV: Linguística e Antropologia” (pp. 85-99). [1945-1953]. In: Antropologia estrutural: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 1967.

Leitura complementar:

Claude Lévi-Strauss. “Capítulo IX: As lições da linguística” (pp. 201-212). [1983]. In: O Olhar Distanciado. Lisboa: Edições 70, 1986.

F. de Saussure. “O objeto da linguística” (pp. 15-25), “Natureza do signo linguístico” (pp. 79-93) e “A linguística estática e a linguística evolutiva” (pp. 94-116). [1916]. In: Curso de Linguística Geral, São Paulo: Cultrix, 1971.


AULA 5 – 01/09 – AVALIAÇÃO I

II

AULA 6 – 08/09 - SOCIEDADE E TROCA: DE MALINOWSKI A MAUSS

Bronislaw Malinowski. “Introdução” (pp. 17-34) e “As características essenciais do Kula” (pp. 50-86). [1922]. In: Argonautas do pacífico ocidental. Coleção “Os pensadores”. São Paulo: Editora Abril, 1998.

Bronislaw Malinowski. “A lei e a ordem primitivas” (pp.49-67) e “A teoria funcional” (pp. 169-188).In: E. R. Durham (org.) Malinowski (Antropologia). Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Editora Ática, 1981.

Marcel Mauss. “Ensaio sobre a dádiva – forma e razão da troca nas sociedades arcaicas” [1923-24]. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac &Naify, 2003. [“Introdução”, “As dádivas trocadas e a obrigação de retribuí-las”; “Extensão desse sistema”; “Conclusão”. pp. 185-264 e 294-314].

Leitura complementar:

Eunice Ribeiro Durham. “Introdução” (pp. 7-22). In: E. R. Durham (org.) Malinowski (Antropologia). Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Editora Ática, 1981.

Marcel Fournier. 1993. Marcel Mauss ou a dádiva de si. Rev. bras. Ci. Soc. v.8 n.21 São Paulo fev.

Marcos Lanna. 1992. Repensando a Troca Trobriandesa, in: Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 1992, v. 35, p. 129-148.

Marcos Lanna. 2000. Nota sobre Marcel Mauss e o Ensaio Sobre A Dádiva. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, 14: p. 173-194, jun.

Eric Sabourin. 2008. Marcel Mauss: da dádiva à questão da reciprocidade. Revista Brasileira De Ciências Sociais - vol. 23 nº. 66.

AULAS 7 e 8 – 15, 22/09 – TROCA E RECIPROCIDADE I: DE MAUSS A LEVI-STRAUSS

Claude Lévi-Strauss. “Capítulo V: o princípio de reciprocidade” (pp. 91-107) e “Capítulo XXIX : Os princípios do parentesco” (pp. 521-542). In: As estruturas elementares do parentesco[1949]. Petrópolis, Vozes, 1982.

Claude Lévi-Strauss. “Introdução à obra de Marcel Mauss” (pp. 11-46).[1950]. In MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo, Cosac &Naify, 2003.

Leitura complementar:

Philippe Descola. 2009. Claude Lévi-Strauss por Philippe Descola (Entrevista) Estudos Avançados 23 (67).

Philippe Descola. 2009. Claude Lévi-Strauss – uma apresentação. Estudos Avançados 23 (67).



AULAS 8 – 22/09 – TROCA E RECIPROCIDADE II: COMENTÁRIOS À APROPRIAÇÃO LEVI-STRAUSSIANA

Maurice Merleau-Ponty. “De Mauss a Claude Lévi-Strauss” (pp. 381-396). In: Edmund Husserl e Maurice Merleau-Ponty. Coleção “Os pensadores”. São Paulo: Editora Abril, 1975.

Maniglier, Patrice. “De Mauss a Claude Lévi-Strauss, 50 anos depois: por uma ontologia Maori”. Cadernos de Campo [Online].

Dominique Temple. 2009. Origens antropológicas da reciprocidade.. S/L.

Lygia Sigaud. As vicissitudes do "ensaio sobre o dom". Mana [online]. 1999, pp. 89-123.

Leitura complementar:

Martins, Paulo Henrique. (2008). De Lévi-Strauss a M.A.U.S.S. - Movimento antiutilitarista nas ciências sociais: itinerários do dom. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 23(66), 105-130.



AULA 9 – 29/09 – TROCA, RECIPROCIDADE E ECONOMIA

Polanyi, Karl. “Sociedades e sistemas econômicos” (p.59-69) E “Apêndice – notas sobre as fontes” (p.261-265). In: A Grande Transformação – As origens da nossa época. Editora Campos. Rio de Janeiro. 1980.

Sahlins, Marshall. “A sociedade afluente original” ([1972] p. 105 – 152) e Cosmologias do Capitalismo: o setor transpacífico do sistema mundial ([1988] p. 443-500). In: Cultura na Prática. Coleção Etnologia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004.

Clastres, Pierre. A economia primitiva. Arqueologia da Violência. Cap.8. p.173 - 195 Cosac e Naify, São Paulo, 2004.

Leitura complementar:

Dal Poz 2008 - Reciprocidade e endinheiramento nos Cintas-Largas.

Sabourin 2011 - Teoria da Reciprocidade e socioantropologia do desenvolvimento.



[Dia 06/10 não haverá aula / Encontro ALA – Ass. Lat. Am. de Antrop.]



AULA 10 – 13/10 – AVALIAÇÃO II


III

AULA 11 – 20/10 – CATEGORIAS E CLASSIFICAÇÕES: DE VOLTA A DURKHEIM E MAUSS

ÉmileDurkheim & Marcel Mauss. “Algumas formas primitivas de classificação” (pp. 183-203). [1903]. In: J. A. Rodrigues (org.) Durkheim (Sociologia). Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Editora Ática, 2000.

Émile Durkheim. “Introdução” (pp. 29-49) e “Conclusão” (pp. 492-526). In: As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989 [1912]

Leitura complementar:

Philippe Steiner. Religião e economia em Durkheim: duas formas de coesão social? R. Pós Ci. Soc. v.10, n.19, jan/jun. , PP. 31-46, 2013

Louis Pinto. Sociologia da religião e sociologia do conhecimento. R. Pós Ci. Soc. v.10, n.19, jan/jun. , PP. 69-78. 2013.



[Dia 27/10 não haverá aula / Ancontro ANPOCS – Ass. Nac. de Pesq. em C.S.]



AULA 12 – 03/11 – DO SOCIAL AO SIMBÓLICO: LÉVI-STRAUSS

Claude Lévi-Strauss. “Introdução” (pp: 11-26) e Capítulo 4: “Na direção do intelecto” (pp. 95-117). [1962]. In: O totemismo hoje. Lisboa: Edições 70, 1986.

Claude Lévi-Strauss. “A ciência do concreto” (pp.19-55). [1962].In: O pensamento selvagem. São Paulo: Ed. Nacional, 1976.

Leitura complementar:

Claude Lévi-Strauss. “Jean-Jacques Rousseau, fundador das ciências do homem” (pp: 41-51) [1962]. Antropologia estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.

Claude Lévi-Strauss. “Capítulo 1: A ilusão totêmica” (pp. 27-47). [1962]. In: O totemismo hoje. Lisboa: Edições 70, 1986.

Lévi-Strauss, Claude & Eribon, Didier.“Capítulo 11: Qualidades sensíveis” e “Capítulo 12: Os sioux, os filósofos e a ciência” (pp. 157-170). In:De perto e de longe. São Paulo: Cosac Naify, 2005.



IV

AULA 13 – 10/11 – REPENSANDO AS TROCAS NO TEMPO: A HISTÓRIA ESTRUTURAL DE SAHLINS

Marshal Sahlins. Ilhas de História [1985]. Rio de Janeiro: JZE, 1990.

Leitura complementar:

Marshal Sahlins. “Introdução: História e teoria estrutural” (19-28) e “Conclusão: estrutura na história” (125-134). In: Metáforas históricas e realidades míticas [1981]. Rio de Janeiro: JZE, 2008.



AULA 14 – 17/11 – REPENSANDO AS TROCAS ENTRE HOMENS E MULHERES: O RETORNO ÀS CLASSIFICAÇÕES DE STRATHERN

Marylin Strathern. “Estratégias antropológicas” (pp. 27-52) e “Domínios: modelos masculinos e femininos” (pp. 115-158). [1988] In: O gênero da dádiva. Campinas: Editora da Unicamp, 2006.

MarylinStrathern. “Partes e todos: refigurando relações” (pp. 241-262). In: O efeito etnográfico. São Paulo: CosacNaify, 2014.

Leitura complementar:

Marylin Strathern. “Sujeito ou objeto? As mulheres e a circulação de bens de valor nas Terras Altas da Nova Guiné” (pp. 109-132). In: O efeito etnográfico. São Paulo: Cosac e Naify, 2014.



AULA 15 – 10/11 – AVALIAÇÃO III

______________________________________________________



______________________________________________________