quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Contribuição metodológica ao estudo demográfico da população quilombola no Brasil

 






Diversidade e desigualdade: contribuição metodológica ao estudo demográfico da população quilombola no Brasil

José Maurício Arruti, Ricardo de Sampaio Dagnino, Marta Maria do Amaral Azevedo, Alessandra Traldi Simoni, Bárbara Roberto Estanislau, Thaís Tartalha, Monika Dowbor, Danilo Torini

Anais do XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais

São Paulo, de 24 a 28 de novembro 2014


Os levantamentos oficiais no Brasil realizados por um instituto de pesquisa que estabelece o número de comunidades quilombolas e muito menos o do total de pessoas que vivem em suas terras, distribuídas pelas diferentes regiões do país, ainda precisa avançar muito. Um caso de sistematização de informações é o Sistema de Monitoramento da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR)2 . Algumas das comunidades quilombolas são documentadas e registradas pelos órgãos oficiais no decorrer dos processos de reconhecimento e titulação a que muitas delas deram início ao longo das últimas décadas. Oficialmente, porém, é possível acessar com precisão a lista daquelas que já foram reconhecidas e tituladas, cuja documentação está publicada e disponibilizada pelos institutos de terras estaduais e pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Muitos desses territórios possuem, por enquanto, apenas o status de “reconhecidos”, isto é, são objeto de processo administrativo destinado à regularização e, assim, já tiveram seu perímetro estabelecido, mas ainda não devidamente titulado (o que consiste na etapa final da regularização).

http://www.abep.org.br/publicacoes/index.php/anais/article/view/2252/0


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Seminário Desigualdades e diferenças no Brasil: as perspectivas indígena e quilombola

Seminário que tem o objetivo apresentar o projeto “Desigualdades e Diferençasno Brasil a partir de uma perspectiva étnico-territorial: as situações indígenae quilombola” e indicar, de forma breve, os seus principais desafios teóricos-metodológicos. Nossa intenção é oferecer aos convidados do seminário alguns pontos de referência a partir dos quais nós gostaríamos que nos falassem de seus próprios temas e experiência de pesquisa, ou, por outro lado, nos questionassem diretamente do ponto de vista teórico e metodológico.
USP, 05 de dezembro de 2014, das 9h30 às 17h



Informações gerais
Local: FFLCH/USP - Prédio da Filosofia e das Ciências Sociais,  Sala 24.   
Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária.
Data:  5/12/2014 (sexta-feira), das 9h30 às 17 horas.
http://www.fflch.usp.br/centrodametropole/1217

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Contribuição metodológica ao estudo demográfico da população quilombola no Brasil

Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em São Pedro/SP – Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014.

Sessão Temática: Dimensão demográfica nos estudos de territórios de populações tradicionais

Diversidade e desigualdade: contribuição metodológica ao estudo demográfico da população quilombola no Brasil

Autores: José Maurício Arruti (Unicamp), Ricardo de Sampaio Dagnino (Unicamp), Marta Maria do Amaral Azevedo (Unicamp), Alessandra Traldi Simoni (Unicamp), Bárbara Roberto Estanislau (SEPPIR/PR), Thaís Tartalha (Unicamp), Monika Dowbor (CEBRAP/CEM), Danilo Torini (CEBRAP)

Palavras-chave: Território Quilombola; Censo Demográfico; metodologia.

Trecho:
Os levantamentos oficiais no Brasil realizados por um instituto de pesquisa que estabelece o número de comunidades quilombolas e muito menos o do total de pessoas que vivem em suas terras, distribuídas pelas diferentes regiões do país, ainda precisa avançar muito. Um caso de sistematização de informações é o Sistema de Monitoramento da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR) . Algumas das comunidades quilombolas são documentadas e registradas pelos órgãos oficiais no decorrer dos processos de reconhecimento e titulação a que muitas delas deram início ao longo das últimas décadas. Oficialmente, porém, é possível acessar com precisão a lista daquelas que já foram reconhecidas e tituladas, cuja documentação está publicada e disponibilizada pelos institutos de terras estaduais e pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Muitos desses territórios possuem, por enquanto, apenas o status de “reconhecidos”, isto é, são objeto de processo administrativo destinado à regularização e, assim, já tiveram seu perímetro estabelecido, mas ainda não devidamente titulado (o que consiste na etapa final da regularização). Diante da inexistência de informações oficiais detalhadas sobre a população quilombola no Brasil, a principal estratégia empreendida foi localizar ao menos os territórios quilombolas oficialmente reconhecidos e titulados e cruzar essas informações com os dados demográficos mais detalhados disponíveis no país. Em termos práticos, o trabalho principal resultou na criação de um banco de dados georreferenciado que buscou sobrepor informações geográficas sobre a localização das comunidades quilombolas reconhecidas oficialmente pelo Estado (e portadoras de título) com os dados do Censo Demográfico de 2010. Esse esforço empreendido resultou no georreferenciamento de 171 territórios quilombolas (TQ’s) em todo o Brasil (a lista desses territórios encontra-se em anexo), o que indubitavelmente já se configura como o mapa mais completo de áreas quilombolas existentes no país, uma vez que possui o maior número de territórios já organizados em uma só base. O segundo passo consistiu, então, em sobrepor as áreas desses mapas a um banco nacional de setores censitários georreferenciados, construído pelo Centro de Estudos da Metrópole . Para assegurar a precisão dos dados, os contornos de cada uma das 171 áreas quilombolas foram analisados manualmente, a fim de possibilitar a seleção dos setores censitários relacionados com os territórios quilombolas e de corrigir eventuais inconsistências geográficas existentes nas bases utilizadas. A identificação das centenas de “setores censitários quilombolas” foi fundamental para as análises realizadas neste estudo, pois esse procedimento permitiu não apenas o cruzamento de dados censitários de todos os 171 territórios quilombolas identificados, mas também a comparação desses dados com informações de cada um dos municípios, estados e regiões em que estavam inseridas essas áreas específicas. [...]
Link para o texto completo

Para outras produções sobre o tema: Textos sobre Quilombos

Políticas públicas de reconhecimento, categorias étnicas e o Estado nacional multicultural

Trabalho apresentado no XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em São Pedro/SP – Brasil, de 24 a 28 de novembro de 2014.

Sessão Temática: Indígenas nos censos demográficos da América Latina

Em campo minado: políticas públicas de reconhecimento, categorias étnicas nos censos, e o Estado nacional multicultural

Autores: José Maurício Arruti, Marta Maria do Amaral Azevedo, Bárbara Roberto Estanislau, Thais Tartalha Nascimento Lombardi, Alessandra Traldi Simoni, Ricardo Sampaio Dagnino

Palavras-chave: Censo Demográfico; Etnicidade; Estado; Políticas públicas

Trecho:
Reconhecer a diversidade étnica e promover políticas públicas tem sido um dos desafios enfrentados por muitos países na América Latina, principalmente a partir da década de 1990. Uma maneira encontrada para encará-lo foi através de mudanças na captação dos dados sobre etnicidade, tendo a maioria dos países da América Latina ganhado novas categorias acompanhadas muitas vezes de uma total reformulação das questões e quesitos que a compõe. Contudo, embora seja um esforço que vem se mostrando positivo e feito em parceria por governos, sociedade civil e terceiro setor em muitos casos os resultados tem colocado outras questões em jogo. Como captar a pluralidade étnica através de quesitos em questionários de pesquisas oficiais? O que fazer com essa pluralidade que vai se descortinando através das novas categorias que estão sendo captadas pelo Censo? Como Estados Nacionais tem equacionado políticas públicas que contemplem tal pluralidade? Essas, dentre outras, têm sido questões centrais. Com o objetivo de responder (ou ao menos iniciar o debate) a essa pergunta, este trabalho faz um estudo comparativo entre o caso do Brasil e da Colômbia.
Para tanto recortamos como eixo central da análise os censos demográficos dos dois países, perfazendo um histórico e análise das mudanças nos quesitos do censo que se referem à captação de diversidade étnica e racial. Juntamente à tal histórico e análise trazemos algumas avaliações de políticas de reconhecimento que foram implementadas e análises do impacto das mudanças nos dispositivos legais, constitucionais principalmente, nas mudanças ocorridas na forma de captação de etnicidade nos censos demográficos. Organizamos este trabalho em dois eixos. Primeiramente a apresentação dos estudos de caso (Brasil e Colômbia), com o histórico do quesito e algumas análises específicas para cada um deles. Na sequência colocamos em comparação direta os dois casos e analisamos os de que forma o contexto local influencia na forma pela qual se escolhe captar a diversidade étnica. Fechando o texto problematizamos a discussão sobre etnicidade, raça, e cor e como essas três categorias operam, ao menos nesses dois países, como categorias a nortear não só a luta política por reconhecimento, mas também a própria construção da identidade. Igualmente discutimos como os marcadores e categorias segundo as quais há uma identificação e categorização dos grupos e dos indivíduos a partir de pressupostos diferenciados para o Estado e para os grupos populacionais, demonstrando como os quesitos do censo não são neutros, mas estão ao contrário forjados em um campo minado. [...]
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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Habitar o mundo: mobilidade e urbanidade pankararu








Resumo:

Desde a sua “redução” e missionamento (séc. VXIII), a expropriação do seu território e sua extinção oficial (séc. XIX), as migrações provocadas pelas secas e os “enxames” que deram origem às “pontas de rama” (séc. XIX-XX), até o desalojamento dos “encantados” de suas cachoeiras, imposto pela construção das hidrelétricas no São Francisco, e a sua migração para São Paulo (séc. XX), os processos de desterritorialização e reterritorialização pankararu (PE) são uma constante histórica incorporada como marca étnica. Esta comunicação apresenta um breve panorama dessa sucessão de eventos totalizantes como forma de descrever uma formação étnica em deslocamento, assim como repertoriar os desafios analíticos e teóricos que daí emergem, dando destaque àqueles mais recentes, relacionados à mobilidade sertão-metrópole.

página do evento



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Toré, praiá, aió e croá: notas sobre mobilidades, transformações e reflexividade cultural

Palestra na UFSC, sexta feira, 07 de novembro de 2014

Esta apresentação discutirá algumas das tensões e transformações que vem se operando na relação entre sociedades indígenas e sua cultura material, tendo por foco os Pankararu e, em especial, sua mobilidade sertão-metrópole. Depois de explorar o papel e os significados da mobilidade e da ritualidade sobre a própria definição étnica dos pankararu, nosso foco será um dos efeitos da mobilidade citadina-metropolitana sobre o dinâmica ritual aldeã-sertaneja.

Croá - arbusto da família das bromélias (Bromeliaceae Neoglaziovia  variegata) endêmico da região sertaneja, que dá a única fibra com a qual os Praiá podem ser ‘levantados’. Por extensão do seu uso religioso, a própria planta do croá é considerada mágica e tanto a sua coleta, quanto o seu uso estão sujeitos a processos rituais. Ele não é cultivado (porque ‘tem seu segredo’) e o homens, únicos que podem ir ao ‘mato’ (caatinga) colhe-lo. Antes de partirem, porém, devem se submeter a um processo de purificação ritual: permanecer três dias sem contato (sexual) com mulher, banhar-se com ervas e se reunir para fumar o campiô (cachimbo cônico) de forma cerimonial, pedindo autorização para entrar no mato. Eventualmente tal autorização pode não ser dada, isto é, no momento do campiô ou da entrada no mato, a natureza ou os encantados podem dar sinais de desaprovação, o que implica reiniciar o processo em outro momento. Das folhas do croá verde é retirada a fibra com a qual será produzida a corda que é usada para tecer ‘o roupão dos homens’, mas também o aió.

Aió - pequena bolsa que os pankararu usam, cruzada sobre o peito, em seu cotidiano para carregar fumo e pequenos pertences. A tradição no uso do aió, apesar de não ser antiga, tornou-se um dos traços culturais característicos dos pankararu.  A peça é feita de fibra de croá trançada em três tipos de ‘pontos’, um para o corpo da bolsa, outro para o gancho que a liga à sua alça e outro para a sua alça. Também é característico que o aió tenha pintado, sempre com tintas azul e vermelha, o desenho de um pequeno praiá, completando o vínculo existente entre croá, praiá e aió. Apesar de hoje ser reconhecido como uma peça característica – ainda que não exclusiva - dos pankararu, ele deriva de uma invenção artesanal realizada, na década de 1970, por João Gouveia, a partir dos ensinamentos preliminares de um companheiro Fulni-ô, de quem ficou amigo em uma jornada de trabalho braçal fora da área. Tendo incorporado apenas o conceito geral do aió Fulni-ô, e sem contar com um modelo para reproduzir a peça, depois de voltar para casa João Gouveia passou a trabalhar de memória na construção de um aió até conseguir uma peça útil, para o que teve que (re)criar os pontos atualmente característicos do aió pankararu. Mesmo quando destinado à confecção do aió, o croá está submetido ao mesmo processo ritual de extração.

Museu-Escola - construção recente destinada a abrigar antigas peças de uso cotidiano, doadas por moradores mais velhos, assim como uma variedade de produções artesanal, que pode ter sido colhida de artesãos ou produzida no próprio Museu-Escola, por meio das oficinas oferecidas pelos professores de Arte e Cultura Indígena aos estudantes das escolas indígenas. Tanto o conceito do Museu-Escola quanto a disciplina Arte e Cultura Indígena são novos e, em parte, produto da militância dos professores pankararu frente ao movimento de professores indígenas de Pernambuco. A disciplina hoje faz parte da grade de disciplinas previstas para as escolas indígenas e os seus professores são contratados especificamente para esta função, alguns deles não tendo habilitação pedagógica, mas sendo reconhecidos em suas habilidades afins à disciplina. As aulas de Arte e Cultura Indígena são, assim, ministradas no Museu-Escola, e não nas escolas regulares.

Os pankararu contemporâneos conquistaram direitos, territoriais, educacionais e sanitários, cresceram demograficamente, se expandiram territorialmente, assim como se modernizaram sob diversos aspectos. Se em meados dos anos de 1990 a população da TI Pankararu era de aproximadamente 3.000 habitantes, que não possuíam mais que três escolas do primeiro ciclo do ensino básico dentro da área indígena; atualmente eles passam dos 7.000 moradores, que dispõem de 20 escolas indígenas (várias com ensino médio), com todos os seus mais de 200 professores indígenas. Além disso, dezenas de os jovens pankararu estão cursando ensino superior em universidades de diferentes estados do país, em áreas que vão das tradicionais Pedagogia e Serviço Social, até o Direito e a Medicina, passando por História, Linguistica etc.
Além disso, a migração que começaram a realizar para São Paulo, junto a tantos outros nordestinos em fuga das secas e da falta de terras, e que deu origem a ao menos duas importantes concentrações urbanas, os pankararu da favela do Real Parque (município do Morumbi) e da zona Leste, começou a ser revertida. É comum que, depois de se aposentarem, os pankararu que foram trabalhar em São Paulo retornem para a Terra Indígena, com os recursos de sua aposentadoria, para desfrutarem de sua terra natal e da vida ritual da aldeia.
Assim, em lugar da modernização do cotidiano pankararu levar a um enfraquecimento da sua vida ritual (modernidade = desencantamento), pelo contrário, ela tem se revigorado. De um lado, os estudantes e os jovens universitários, são inspirados diretamente por seus professores indígenas (que hoje ministram disciplinas especiais como Arte e Cultura Indígena e mantém um Museu-Escola sobre sua cultura material) ou mobilizados por uma compreensão política do papel da cultura, de forma que cada vez mais tendem a recusar fórmulas comuns de sincretismo religioso em nome de um retorno às tradições. De outro, os velhos que se urbanizaram retornam à aldeia em uma situação materialmente muito mais confortável do que aquela em que a deixaram, e assim tem condições de aportar recursos à produção ritual.

Em função desses vetores, nos últimos anos o crescimento do número de praiás ‘levantados’ ultrapassou qualquer média ou proporção histórica, que costumava ficar entre seis e doze por cada terreiro, enquanto os próprios terreiros não ultrapassavam muito o número de seis. Hoje, porém, é possível contar mais de 450 praiás na TI Pankararu e estes são requisitados tão frequentemente para a realização dos Torés, que os “roupões dos homens” passaram a ser refeitos anualmente, o que implica em uma demanda de croá que tem levado ao risco de sua extinção dentro da TI. Isso leva à criação tanto de iniciativas de replantio do Croá dentro da área indígena, quanto de um mercado de croá que, pelas razões já expostas, só pode ser feito com fornecedores indígenas de outras TIs do Nordeste, e, especial aquelas que mantém parentesco com os pankararu. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

A convenção 169 da OIT e os direitos territoriais ameaçados

Avançando na parceria entre o LAPA/CERES da UNICAMP e o GEOGRAFAR/CNPq da UFBA, nos próximos dias teremos uma agenda intensa de diálogo. A sexta começará com uma reunião com as lideranças de várias comunidades quilombolas que vem sendo trabalhadas pelos projetos do Geografar para discutirmos a conjuntura, e a tarde teremos a mesa "A convenção 169 da OIT e os direitos territoriais ameaçados" (cartaz). O final de semana será dedicado à visita a uma ou duas comunidades selecionadas pela equipe do Geografar. E, finalmente, na segunda a tarde, encerramos nossas atividades com uma aula sobre a noção de "Processo de Territorialização" no curso sobre Comunidades Tradicionais, ministrado pela profa. Guiomar Inez Germani no Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFBA.




quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Mobilidade dos Povos Indígenas em São Paulo

Tem início no segundo semestre de 2014 o projeto "Mobilidade dos Povos Indígenas em São Paulo", que é um dos Estudos Temáticos do projeto mais amplo "Observatório das Migrações em São Paulo: Migrações Internas e Internacionais Contemporâneas", do NEPO - Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” (UNICAMP), que acaba de ser aprovado pela FAPESP (Projeto Temático) para o quadriênio 2014-2018.

Este Estudo Temático, coordenado por Marta Maria do Amaral Azevedo e José Maurício Arruti, dá continuidade ao estudo sobre mobilidade Guarani no Estado de São Paulo, realizado na Fase 1 do Observatório das Migrações em São Paulo sob coordenação de Marta Azevedo, ampliando-o de forma a abarcar também os grupos ligados ao 'tronco' Pankararu.

Os Guarani iniciam, na segunda metade do século XIX, um processo migratório que, muito mais tarde, ficaria conhecido na literatura histórico-antropológica como como ‘A busca da terra dos Sem Males’. Na visão de mundo dos Guarani o Universo possui uma coluna vertebral que seria a Serra do Mar, e a partir da qual existe uma ‘grande água’ que seria o mar. Para além do mar ou da grande água, ficaria então a “Yvyra mary’ey” ou a terra dos sem males. Os registros da presença Guarani no Estado de São Paulo, motivada por tais migrações oriundas do Paraguay, do Mato Grosso do Sul e da Argentina, começam no início do séc. XX, quando Nimuendaju encontrou várias comunidades e acampamentos desses indígenas na região de Bauru e na região do litoral sul do estado. Na metade do século o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) registra novamente a presença de vários acampamentos e comunidades já fixadas em alguns pontos do interior do estado e na década de 1970 começam a ser realizadas as primeiras demarcações de terras indígenas no estado. Hoje existem cerca de 20 comunidades Guarani no estado de São Paulo, sendo quatro delas no próprio município. Nesta segunda fase da pesquisa, buscamos compreender as articulações entre esses espaços migratórios e, especificamente, o fluxo migratório Guarani desde o Mato Grosso do Sul.

No caso dos grupos que fazem parte do sistema Pankararu, os fluxos migratórios ou a simples mobilidade, que tem o seu epicentro no aldeamento de Brejo dos Padres (hoje divididos em duas Terras Indígenas: TI Pankararu e TI Entre-Serras, PE), ligam grupos espalhados pelos estados vizinhos por meio de um sistema de relações conhecido como "tronco velho e pontas de rama": os Pankaiuká no estado de Pernambuco, os Pankararé, Kantaruré e Pancaru no estado da Bahia, os Jeripancó, Kalancó, Karuazu, Koiupanká e Katokinn no estado de Alagoas. Assim como liga, a partir dos anos de 1950, os grupos Pankararu (PE) e Pankararé (BA) a determinadas localidades da grande São Paulo: Zona Oeste e favela do Real Parque (bairro do Morumbi, cidade de São Paulo). Ainda que estes últimos fluxos migratórios possam ser vistos como parte de espaços migratórios tradicionais entre as regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, partimos da hipótese de que há especificidades importantes nos casos Pankararu e Pankararé, derivadas de seu padrão étnico. Entre tais especificidades, observa-se a criação de um espaço de vida (Courgeau, 1974; Domenach e Picouet, 1996) na própria migração, que nos permite apreender o fluxo migratório a partir da perspectiva de espaços circulatórios (Tarrius, 2001), uma vez que as idas e vindas deste grupo configuram novos significados a cada etapa migratória, ao longo dos ciclos de vida dos sujeitos (Estanislau, 2014).

O estudo Temático "Mobilidade dos Povos Indígenas em São Paulo" busca, assim, identificar e compreender a dinâmica e o significado desses movimentos migratórios ou dos padrões de mobilidade desses dois grandes coletivos ameríndios, assim como contribuir para o debate sobre os movimentos migratórios dos povos indígenas (e autodeclarados indígenas) nos censos demográficos.

A coleta de dados sobre populações indígenas foi, pela primeira vez, realizada pelo Censo Demográfico brasileiro em 2010 através do questionário do Universo, e não da amostra, permitindo captar a totalidade desses povos indígenas pela autodeclaração e suas especificidades. Mas, ainda que o Censo Demográfico de 2010 represente enorme avanço para o conhecimento da questão indígena no Brasil, ele tem seus limites, na medida em que seria necessário investigar também as trajetórias, temporalidades, destinos migratórios, idas e vindas dos grupos indígenas.

Como alternativa a essas limitações, o Observatório das Migrações em São Paulo produzirá um censo das populações Pankararu e Pankararé localizadas em São Paulo, em busca de uma caracterização dos fluxos, modalidades migratórias e padrões de nobilidade que estão invisibilizados no interior de fluxos migratórios mais volumosos e de caráter mais geral, como os que caracterizam historicamente a relação entre Nordeste-Sudeste-Nordeste. E, a partir de tais aportes, propor um olhar comparativo dessas modalidades e padrões com aqueles já identificados para os Guarani na primeira fase do projeto.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Geografando as Comunidades Tradicionais na Bahia: percursos de pesquisa e extensão

Ontem, depois da qualificação de mais de três horas do Tiago Rodrigues, tivemos a palestra, de mais de duas horas, da profa. Dra. Guiomar Inez Germani, que também participou da qualificação. A profa. nos apresentou um largo painel, ilustrado por uma quantidade generosa de mapas, do trabalho realizado pelo Grupo de Pesquisa GeografAR, do Programa de Pós-Graduação em Geografia UFBA/(CNPq). Tendo começado por um mapeamento dos assentamentos rurais da Bahia, que em seguida foi acompanhado da produção de estudos de casos, o projeto acabou se deparando com a existências de muitas outras categorias sociais, em especial, indígenas, quilombolas e comunidades de fundo ou de facho de pasto. Uma cartografia em ritmo de extensão universitária, que tem resultado em dissertações de mestrado, ao mesmo tempo que em relatórios de identificação, subsídios às políticas públicas e audiências públicas de denúncia das violências que incidem sobre os territórios e as populações tradicionais baianas. Na palestra falou-se muito do conceito de conflito e das metodologia de pesquisa participante, ficando acertado que este era um marco no início de parceria do GeografAR (PPGG/UFBA) e do LAPA (CERES/UNICAMP).

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Monitorando Conflitos em Territórios Quilombolas (VI ERER)



Na Mesa 8 "Reorganização de Espaços e Territórios sob ação do Estado", coordenada pela Dalva Maria da Mota (EMBRAPA) e que encerrou as atividades do VI ERER, fiz uma apresentação da proposta de Monitoramento de Conflitos em Territórios Quilombolas, que vem sendo elaborada e viabilizada por meio de um conjunto de pesquisas em rede, interdisciplinares e interinstitucionais. O resumo enviado dizia:
"Sustentado na experiência dos 'Encontros de Conjuntura' promovidos pelo LAPA (Laboratório de Pesquisa e Extensão com Povos Tradicionais Afroamericanos) e do projeto 'Observatório dos Conflitos Rurais de São Paulo', ambos do CERES (Centro de Estudos Rurais do IFCH/UNICAMP), assim como nos primeiros resultados do projeto 'Desigualdades e diferenças no Brasil a partir de uma perspectiva étnico-territorial: as situações indígena e quilombola' (CEBRAP-CEM / NEPO / CPEI / LAPA) apresentaremos algumas das questões teóricas, metodológicas e institucionais que estão envolvidas no monitoramento de conflitos envolvendo territórios de comunidades quilombolas".
A apresentação oral, porém, somou a essas também a experiência de pesquisa que vem sendo desenvolvida em parceria com a UFSC e com a UFPR-Litoral na elaboração de uma "Plataforma digital da memória quilombola nos estados de SP, PR e SC".
Na apresentação, fizemos um resumo da composição, objetivos, procedimentos e justificativa de cada uma dessas iniciativas, para identificar as atividades desses projetos que convergem em uma proposta de monitoramento:

1. Levantamento e diagnóstico de acervos
•Identificação, descrição e proposta de tratamento para repositórios documentais comunitários
•Produção de entrevistas

2. Leitura de processos judiciais
•Parceria com Defensoria, MPF e MPE na geração de metodologia de registro de conflitos judicializados
•Repertórios decisórios com inspiração jurisprudencial

3. Reunião e crítica das informações da mídia
•Repertório sistemático de longo prazo
•Análises críticas de ‘conjuntura’

4. Produção de indicadores sobre desigualdade
•Releitura do Censo demográfico
•Produção de parâmetros para avaliação de políticas públicas

Em seguida apresentamos alguns dos resultados preliminares deste esforço, em especial com relação das duas últimas atividades citadas, para finalmente identificar aqueles que seriam os desafios de uma proposta de monitoramento territorial quilombola:
  • Articular pesquisadores e instituições em rede; 
  • Articular diferentes fontes de informação: natureza, temporalidade e escala; 
  • Exercitar a interdisciplinaridade na prática, quando da busca de novas soluções metodológicas para os novos problemas que estão sendo propostos e que ultrapassam as capacidades disciplinares; 
  • Desenvolver uma reflexão conceitual tomando como ponto de partida as categorias locais e as categorias mobilizadas em controvérsias na esfera pública, de forma a ajustar o nosso próprio repertório de categorias analíticas; 
  • Criar um conhecimento que seja público e aberto, capaz de servir taque serve de base à produção acadêmica, quanto à social e política.
Para outras produções sobre o tema: Textos sobre Quilombos

domingo, 7 de setembro de 2014

Oficina do Observatório de Conflitos no Estado de São Paulo na VI ERER


Como uma das atividades do VI Encontro da Rede de Estudos Rurais, realizado entre 2 e 5 de setembro na UNICAMP, a equipe do Observatório de Conflitos Rurais de São Paulo (CERES) organizou uma oficina destinada a apresentar muito brevemente os objetivos do Observatório, mas principalmente ouvir lideranças dos movimentos sociais que vem ganhando centralidade nos nossos levantamentos. Infelizmente os quilombolas e o representante dos trabalhadores da Usina de Maringá não puderam participar. A ausência da liderança dos trabalhadores foi parcialmente sanada com a apresentação de uma entrevista em vídeo realizada como parte da documentação do próprio Observatório. Por outro lado, tivemos também a presença, de última hora, do Pedro, professor guarani da aldeia Jaraguá (SP), que acrescentou informações sobre a questão indígena, que começa a entrar no horizonte de trabalho do Observatório.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Curso: Etnologia Sul-Americana

2014.2

Pós-Graduação
Etnologia Sul-Americana (HZ465-A)

Docentes: José Maurício Arruti e Sofia Venturoli

Ementa: Este comparativo da etnografia das sociedades sul-americanas. Teoria e método. Revisão dos debates clássicos e recentes.
Programa:
04/09 - aula de abertura
Apresentação das temáticas principais, estrutura (aulas serão compostas de parte expositiva dos docentes, seminários dos discentes e discussões coletivas) e desenvolvimento do curso. Pequena introdução sobre historia da antropologia no Perú. Criação da lista para entrega da bibliografia. Definição do calendário de quem faz as apresentações por cada aula.

Módulo 1 – Uma visão introdutória

11/09 - Peru: da colônia ao indigenismo
18/09 - Peru: do indigenismo a antropologia
25/09 - Nordeste: De tapuias a caboclos e de caboclos a indígenas.
02/10 - leituras cruzadas.

Módulo 2 – Perú

09/10 - Comunidades andinas: principais categorias, reciprocidade, dualismo (gênero), paisagem sagrada.
16/10 - “Incas si Indios No”: o índio no Peru
23/10 - “Guerra en los Andes”: Sendero Luminoso e a antropologia no Peru

Módulo 3 – Nordeste

30/10 - O Toré: área cultural, sistema ritual, reflexividade cultural
06/11 - semana das jornadas de antropologia da Unicamp
13/11 - “Légua em Quadro”: memória e território em dois momentos das etnogêneses no Nordeste
20/11 - Etnopolítica no nordeste: da tutela às articulações regionais

Módulo 4 – Seminários

27/11 – Seminário de alunos – apresentação dos relatórios das leituras e da proposta de trabalho*
04/12- Seminário de Sofia Venturoli: O Projeto Antonio Raimondi en la Sierra de Ancash e a Escola Etnográfica
11/12- Seminário de alunos - apresentação de leitura monográfica
18/12- Seminário de alunos - apresentação de leitura monográfica

Bibliografia:

PERU: DA COLÔNIA AO INDIGENISMO
PERU: DO INDIGENISMO A ANTROPOLOGIA
NORDESTE: DE TAPUIAS A CABOCLOS E DE CABOCLOS A INDÍGENAS
  • DANTAS, Beatriz G., Sampaio, José A., Carvalho, Maria R. G. de. 1992. Os povos indígenas no Nordeste brasileiro: um esboço histórico. In: História dos Índios no Brasil / Org. de Manuela Carneiro da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, pp. 431-456. 
  • OLIVEIRA, João Pacheco de. 1998. Uma etnologia dos "índios misturados"? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana [online], vol.4, n.1, pp. 47-77. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-93131998000100003 
  • MONTEIRO. John M. 2001. As ‘castas de gentio’ na América portuguesa quinhentista: unidade, diversidade e a invenção dos índios no Brasil (cap. 1). In: Tupis, tapuias e historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. Tese de livre docência apresentada ao Departamento de Antropologia da UNICAMP. Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/ihb/estudos/TupiTapuia.pdf

PERU: COMUNIDADES ANDINAS: PRINCIPAIS CATEGORIAS, RECIPROCIDADE, DUALISMO (GÊNERO), PAISAGEM SAGRADO...
  • ALLEN, Chaterine. 1981. To Be Quéchua: The symbolisim of Coca Chewing in Higland Peru, American Ethnologist, V. 8, N. 1. 
  • DE LA CADENA, M. 1996. Women are more indian': Ethnicity and Gender in a Community near Cuzco. Ethnicity Markets and Migration in the Andes. (Las mujeres son más índias) 
  • ISBELL, Billie Jean. 1978. To defend ourselves: ecology and ritual in an Andean Village 1980, c1978 (biblio unicamp: 301.2985 Is1t). Cap. 6, pp. 137-166. 
  • PLATT, Tristan. 1986. Mirrors and maize: the concept of yanantin among the Macha of Bolivia, in Murra John V., Nathan Wachtel, (editors), and Jacques Revel Anthropological History of Andean Polities, Cambridge University Press pp. 228-259 
  • MAYER Enrique e ALBERTI, Giorgio (orgs.). 1974. Reciprocidad e intercambio en los Andes peruanos, Instituto de Estudios Peruanos, Lima. Cap. 1 pp. 13-33. 
PERU: “INCAS SI INDIOS NO”: O ÍNDIO NO PERU
  • DEGREGORI, Iván C. and SANDOVAL, Pablo. 2008. Peru: From Otherness to a Shared Diversity, In: A Companion to Latin American Anthropology, Edited by Deborah Poole, 2008 Blackwell Publishing Ltd. 
  • Fuenzalida Fernando et al., 1970, El indio y el poder en ele Perù, IEP, –Perù Problema 4 Instituto de Estudios Peruanos, Lima. 
  • MÉNDEZ, Cecilia. 2000. Incas si Indios no, Apuntes para el estudio del nacionalismo criollo en el Perú* (2da. edición), Documento de Trabajo Nº 56, IEP. 
  • QUIJANO, Anibal. 1980 (1960). “Lo Cholo y el Conflicto Cultural en el Perú”, en Dominación y Cultura, editado por Mosca Azul en Lima. 
PERU: “GUERRA EN LOS ANDES”: SENDERO LUMINOSO E A ANTROPOLOGIA NO PERU
  • MAYER Enrique. 1991. Peru in Deep Trouble: Mario Vargas Llosa's "Inquest in the Andes" Reexamined Cultural Anthropology, Vol. 6, No. 4. (Nov., 1991), pp. 466-504. 
  • STARN Orin. 1991. Missing the Revolution: Anthropologists and the War in Peru, Cultural Anthropology, Vol. 6, No. 1, pp. 63-91. 
  • AAVV- ALLPANCHIS. 1998. Respuesta a Orin Starn: “Guerra en los Andes”. Allpanchis XXIII, n.º 39 
  • DEGREGORI, Carlos Iván, "Sendero Luminoso": Parte 1: Los Hondos Y Mortales Desencuentros Parte Ii: Lucha Armada Y Utopia Autoritaria, Documento De Trabajo No 4 Y 6, Serie Antropologia, 2 y 3, IEP Instituto de Estudios Peruanos 
O TORÉ: ÁREA CULTURAL, SISTEMA RITUAL, REFLEXIVIDADE CULTURAL
  • POMPA, Cristina. A religião Tapuia (cap. 9). In: Religião como tradução: missionários, tupi e tapuia no Brasil colonial. Bauru: EDUSC. pp. 339-420. 
  • TROMBONI, Marcos. 2004. Toré Kiriri: o sagrado e o étnico na organização coletiva de um povo. In: Toré: regime encantado dos índios do Nordeste. / Org. de Rodrigo de A. Grunewald. Recife: FJN / Ed. Massangana, pp. 35-60. 
  • BARBOSA, Walllace de D. 2004. O tore (e o praia) entre os kambiwá e os pipipã.: performances, improvisações e disputas culturais. / Org. de Rodrigo de A. Grunewald. Recife: FJN / Ed. Massangana, pp. 129-142. 
  • VALLE, Carlos G. do. 2004. Torém/ tore: tradições e invenção no quadro de multiplicidade étnica do Ceará contemporâneo. / Org. de Rodrigo de A. Grunewald. Recife: FJN / Ed. Massangana, pp. 187-216. 
“LÉGUA EM QUADRO”: MEMÓRIA E TERRITÓRIO EM DOIS MOMENTOS DAS ETNOGÊNESES NO NORDESTE
  • VIEGAS, Susana de M. 2007. Terra calada: sentidos do espaço em compatibilidades equivocas (cap. 8). In: Terra calada: os tupinambá na Mata Atlantica do Sul da Bahia, pp. 237-274. 
  • ARRUTI, J. M. P. A . A árvore Pankararu: fluxos e metáforas da emergência étnica no sertão do São Francisco. In: João Pacheco de Oliveira Filho. (Org.). Antropologia Histórica dos Índios do Nordeste brasileiro. 1ed.Rio de Janeiro: Contra Capa, 1999, v. , p. 229-278. 
  • SCHORODER, Peter. Terra e território Fulni-ô: uma história inacabada. In: Os Fulniô: cultura, identidade e território no Nordeste indígena / Org. de Peter Schoroder. Recife: Ed Univ. UFPE, pp. 15-62. 
ETNOPOLÍTICA NO NORDESTE: DA TUTELA ÀS ARTICULAÇÕES REGIONAIS
  • OLIVEIRA, Kelly. 2013. Mobilizando o Nordeste Indígena (cap.3). In: Diga ao povo que avance!: movimento indígena no Nordeste. Recife: FJN / Ed. Massagarana, pp. 103-166. 
  • LÔBO, Sandro H. C. 2011. A Construção Do Sistema De Justiça Xukuru Do Ororubá Do Ororubá (cap.3) e O Estudo De Casos: princípios e formas de administração da justiça nos Xukuru (cap.4). In: Construindo O Pluralismo Jurídico No Brasil: A experiência da harmonia coercitiva no povo Xukuru do Ororubá. Dissertação em Antropologia da UFPE, pp. 91-129, 130-177. Disponível em: http://indiosnonordeste.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Disserta%23U00e7%23U00e3o-Sandro-.pdf

PERU: O PROJETO ANTONIO RAIMONDI EN LA SIERRA DE ANCASH E A ESCOLA ETNOGRÁFICA:

terça-feira, 8 de abril de 2014

Seminário Internacional sobre a Convenção 169 da OIT

A 6ª Câmara de Coordenação e Revisão está organizando o Seminário Internacional sobre a Convenção 169 da OIT, que trata dos direitos fundamentais dos povos indígenas e tribais. O evento ocorrerá no auditório do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília, entre 23 e 25 de abril. Será custeada a participação de 30 procuradores que atuem nas áreas temáticas da 6ª Câmara, através de consulta prévia, que ora se faz, acerca do interesse e disponibilidade. O seminário, que conta com o apoio da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) para emissão de certificado, tem inscrições abertas até as 12h do dia 21 de março de 2014. As inscrições devem ser efetivadas somente pela internet, no endereço http://escola.mpu.mp.br, link“Inscrições”. Clique aqui para ler o edital  da ESMPU sobre a abertura de inscrições.



PROGRAMA

DIA 23
14h: Abertura
  • Carlos Henrique Martins Lima, diretor da Escola Superior do Ministério Público da União
  • Flávio Crocce Caetano, secretário da Reforma do Judiciário, do Ministério da Justiça
  • Deborah Duprat, subprocuradora-geral da República e coordenadora da 6ª Câmara do MPF 
    
14 às 17h30: Mesa 1
  • Santiago Arboleda, afrocolombiano e doctor pela Universidad Andina Simón Bolívar (Equador) - Muerte, destierro y indiferencia estatal: la consulta previa entre los afrocolombianos
  • José Maurício Arruti, antropólogo pela Universidade Estadual de Campinas - O multiculturalismo monista: notas sobre a experiência brasileira na afirmação de direitos que não se efetivam
  • Paulo Thadeu Gomes da Silva, procurador regional da República (membro do MPF) - Os direitos dos índios: paradoxos e colonialismos internos
18h às 20h: Mesa 2


DIA 24
9h às 12h: Mesa 3
  • Juan Carlos Gamboa Martínez, representante da Defensoria del Pueblo da Colômbia - Mobilización étnica y pueblo RRom en Colombia
  • Jô Brandão, quilombola - Povos e comunidades tradicionais no Brasil: a luta pelo reconhecimento ao direito na convenção 169
  • Alfredo Wagner, antropólogo pela Universidade Federal do Amazonas -A nova cartografia social

14h às 17h30: Mesa 4
  • Judith Salgado, profesora de Direito na Universidad Andina Simón Bolívar (Equador), coordenadora do Programa Andino de Direitos Humanos e autora do livro Justicia indígena: aportes para un debate - Género y justicia indígena
  • Antônio Souza Prudente, desembargador federal (membro do Judiciário)
  • Carlos Marésdoutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná(Direito dos povos indígenas) e procurador do Estado do Paraná – A Convenção 169 da OIT e os direitos coletivos e comunitários
  • Gersem Baniwa, indígena e antropólogo pela Universidade Federal do Amazonas - Autonomia indígena no Brasil: impasses, desafios e possibilidades

18h às 20h: Mesa 5


DIA 25
9h às 12h: Mesa 6

quinta-feira, 20 de março de 2014

Desigualdades e Diferenças da perspectiva de indígenas e quilombolas

Os  indicadores  agregados  e  as  médias  nacionais,  que  tem  servido  de base  a  uma  representação  otimista do nosso processo de superação das desigualdades, devem ser lidos com  mais atenção, em especial no que se refere aos impactos das políticas de “combate  à  pobreza”  sobre  populações  específicas,  como  aquelas  definidas  por  recortes  étnico-teritoriais.
Em contra-partida da primeira a esta consideração, é preciso reconhecer que a análise  das realidades indígena e quilombola, hoje, deve dialogar com o debate mais amplo  sobre  a  “estrutura  de  desigualdades”  no  Brasil,  tendo  em  conta  as  diferentes  formas de inserção dessas populações nesta estrutura, assim como os impactos das  políticas públicas que resultam deste debate.  Esta segunda hipótese está sustentada em duas observações.
Ao longo dos últimos  quase  15  anos  houve  a  tendência  em  fazer  com  que  as políticas  de  Estado  para  indigenas  e  quilombolas  fossem  cada  vez  mais  transversalizadas,  ou  seja,  deixassem  de  ser  atribuição  de  órgãos  públicos  específicos  (no  caso  indígena,  tutelares),  para  serem  incorporados  às  atribuições  de  diferentes  ministérios,  transformando tais populações em públicos “diferenciados” das mesmas políticas  “universais”. Isso impacta tanto a formulação e gestão das políticas, em especial as  fundiária,  de  educação  e  saúde,  que  se  obrigam  contemplar  as  especificidades  daquelas  populações,  quanto  as  próprias  populações  em  causa,  que  se  veem  obrigadas  a  se  adaptar  a  um  novo  padrão  de  relação  como  o  Estado  e  com  a  sociedade  envolvente. 
Por  outro  lado,  ao  longo  deste  mesmo  período,  a  ação  do  Estado  Brasileiro  esteve  marcada  por  avanços  sociais  baseados  em  políticas  que  têm em vista justamente o combate à pobreza e que são estendidas às populações  indígenas  e  quilombolas  sem  qualquer  adaptação,  mesmo  quando  as  toma  como  público privilegiado. Uma ação contraditória com relação à primeira, na medida em  que tende a assimilar tais populações à massa dos “pobres”.
Assim, assumimos como válido o desafio de transpor para a análise daquelas populações  as  perguntas  relativas  à  “estrutura  de  desigualdades” brasileira  e  sua  recente  evolução,  que  em  geral  as  têm  deixado  de  fora. Com base nisso, demos início a uma reflexão coletiva, que pretende articular diferentes projetos individuais, em torno do tema dos Desiguais Diferentes.

Link para post apresentando este projeto: blog Étnico
Para outras produções sobre o tema: Textos sobre Quilombos

quarta-feira, 19 de março de 2014

ETNICIDADE - Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa


Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa / org., Livio Sansone e Cláudio Alves Furtado ; prefácio, Lilia Moritiz Schwarcz ; apresentação [feita pelos organizadores], com a colaboração de Teresa Cruz e Silva.- Salvador: EDUFBA, 2014. 494 p. (ISBN 978-85-232-1149-3)


SUMÁRIO

7 Prefácio -Por um dicionário reflexivo e em constante construção - Lilia Moritz Schwarcz e Omar Ribeiro Thomaz
25 Apresentação - Lívio Sansone e Cláudio Alves Furtado, com a colaboração de Teresa Cruz e Silva
31 Assimilacionismo - Lorenzo Macagno
45 Colónia, colonização, colonial e colonialismo - Isabel Castro Henriques
59 Corrupção - Elísio Macamo
75 Crioulo, crioulização - Wilson Trajano Filho
91 Desenvolvimento - Cláudio Alves Furtado
105 Desigualdade e igualdade - José Maurício Domingues
123 Ecumenismo - Emerson Giumbelli
131 Elites negras - Angela Figueiredo e Cláudio Alves Furtado
151 Emancipação - Severino Elias Ngoenha
165 Escravidão - Flávio Gomes
187 Escritores e os projetos de emancipação - Rita Chaves
199 Etnicidade - José Maurício Arruti
215 Índio, índios - Maria Rosário de Carvalho e Ugo Maia Andrade
253 Leis, legislação - João Feres Júnior e Christian Edward Cyril Lynch
271 Língua - Omar Ribeiro Thomaz e Sebastião Nascimento
291 Literatura - Inocência Mata
305 Lusotopia - João de Pina Cabral
309 Mestiçagem - Verônica Toste Daflon
331 Migração - Igor José de Renó Machado e Douglas Mansur da Silva
349 Militarismo - Jorge da Silva
363 Modernidade e tradição - Elísio Macamo
379 Patrimônio - Antonio Motta
393 Raça - Livio Sansone
413 R elações diplomáticas entre o Brasil e a África - Alberto da Costa e Silva
423 Religião - Teresa Cruz e Silva
431 Terra - Antonádia Borges
443 Territorialidade - Emília Pietrafesa de Godoi
453 T rabalho: Brasil, Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe - Valdemir Zamparoni, Gino Negro, Maciel Santos, Alexander Keese e Augusto Nascimento
473 Sobre os autores

domingo, 9 de março de 2014

29a. RBA - GT 45 - Histórias indígenas e Contextos do Indigenismo: classificações, territórios e reflexividade cultural

GT 45. Histórias indígenas e Contextos do Indigenismo: classificações, territórios e reflexividade cultural


Coordenadores: José Maurício Paiva Andion Arruti (UNICAMP) e Maria Rosário Gonçalves de Carvalho (Universidade Federal da Bahia)



Este GT pretende retomar, e renovar, uma linha consagrada da reflexão sobre os povos indígenas, qual seja, a da História Indígena e do Indigenismo, assim como homenagear um dos seus principais expoentes entre nós, John Monteiro (1956-2013). Para isso, além de apontar a necessidade de pluralizar as histórias indígenas e de reler o indigenismo em seus variados contextos, propomos realizar este duplo movimento a partir do cruzamento de três temas. (a) Das classificações sociais: questões relativas à própria construção e reconstrução da noção de índio e de indígena, e que mobiliza desde as lógicas de distinção e alianças locais até os mecanismos de nominação coloniais e nacionais. (b) Dos territórios: considerando desde uma etnologia das territorialidades nativas até o que temos denominado de processos de territorialização, para designar o modo especifico pelo qual o território é usado como modo de definir unidades de intervenção estatais. (c) Da reflexividade cultural: modos pelos quais os povos indígenas têm apreendido, incorporado e ressignificado categorias científicas, jurídicas e administrativas, o que nos impele a pensá-las de outro modo que não como simples objeto de saber-poder, ou como cosmologias encerradas em si mesmas. Cruzam tais eixos temas como, as sobreposições territoriais, as etnogêneses, as estratégias de performatividade identitária, as figuras indígenas de mediação cultural, tais como os tradutores, capitães, professores e funcionários do órgão indigenista.

INSCRIÇÕES: http://www.29rba.abant.org.br/inscricoes/capa

quarta-feira, 5 de março de 2014

Curso: Antropologia no Brasil

2014.1

Graduação
Antropologia no Brasil
HZ465 A

EMENTA:
Este curso oferece um amplo painel do percurso da Antropologia no Brasil, que cobre um período próximo a 100 anos. Para isso começaremos com uma reflexão sobre os possíveis sentidos de se falar de uma Antropologia situada, tendo por referência um recorte nacional. Em seguida retornamos até um momento anterior à institucionalização de uma disciplina acadêmica (1870-1930), mas que estão associados à construção de uma reflexão sobre a nação com base no conceito de raça. A partir daí daremos uma atenção especial às direções dadas à reflexão sobre os dois grandes campos de alteridade trabalhados pela Antropologia do período até meados da década de 1980, os estudos sobre o negro e sobre relações étnico-raciais, e a etnologia indígena, associada ou não à reflexão indigenista.  Simultaneamente a isso, procuramos fazer apontamentos gerais sobre os dois momentos cruciais de institucionalização da disciplina, entre 1930 e 1960 e entre 1960 e 1990. Ao final faremos uma breve reflexão sobre dois grandes debates travados no final do período contemplado e que ainda deixam suas marcas sobre os dois campos de estudos privilegiados aqui.

AVALIAÇÃO:
Será composta de duas notas. Na primeira nota serão cobrados relatórios de leitura para cada Bloco discriminado abaixo menos um, que será objeto de apresentação de seminário: 5 relatórios (5 pontos) mais 1 seminário (5 pontos). A segunda nota será relativa à apresentação de um trabalho final (10 pontos). A soma dessas duas notas será dividida por dois para definir a média final.

PROGRAMA [sujeito a ajustes]

Aula 1 – Apresentação do curso 

Bloco 1 - Antropologia no Brasil: o Nacional entre estilo e identidade 
(aulas 2 e 3 )

  • CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1988. ‘‘O que é isso que chamamos de Antropologia Brasileira’’, in Sobre o Pensamento Antropológico, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro.
  • CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto e RUBEN, Guillermo Raúl (orgs). 1995. Estilos de Antropologia. Campinas, Ed. da Unicamp,.
  • PEIRANO, Mariza Gomes e Souza. 1991 - "Os antropólogos e suas linhagens" Revista Brasileira de Ciências Sociais, 6(16):43-50, julho.
  • PEIRANO, Mariza. 1999. “Antropologia no Brasil (alteridade contextualizada)”. In: Sergio Miceli (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo: Editora Sumaré, pp. 225-266.
  • PEIRANO, Mariza. 2004“In This Context”: As várias histórias da antropologia. In: PEIXOTO, Fernanda, PONTES, Heloísa, SCHWARCZ, Lília (orgs.). Antropologias, Histórias, Experiências. Belo Horizonte: Editora UFMG.


Bloco 2 - Fundações (1870-1930)
(aula  4) 
  • CARNEIRO, Édison. “Os estudos brasileiros do negro”. 1964. In: Ladinos e Crioulos. R.J, Civilização Brasileira.
  • CORRÊA, Mariza. 2001. As Ilusões da Liberdade: a escola Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. Bragança Paulista, São Francisco,.
  • FARIA, Luiz de Castro. 1993 - Antropologia. Espetáculo e excelência. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ/Tempo Brasileiro.
  • MONTERO, John. 1996. As raças indígenas no pensamento brasileiro do Império. In: MAIO, Marcos Chor (org.) Raça, Ciência e Sociedade. Rio de Janeiro: FioCruz/CCBB.
  • SCHWARCZ, Lilia. 1989. O Nascimento dos Museus Brasileiros 1870-1910. In: MICELI, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. V. 1, São Paulo: Sumaré/FAPESP.

Bloco 3 - Visões gerais do período 1930-1960
(aula 5 e 6) 
  • CORREA, Mariza. 1988 - "Traficantes do excêntrico. Os antropólogos no Brasil dos anos 30 aos anos 60". Revista Brasileira de Ciências Sociais, 6(3): 79-98, fevereiro.
  • LIMONGI, Fernando. 1989b A Escola Livre de Sociologia e Política em São Paulo. In: MICELI, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: IDESP/Editora Vértice/FINEP,. (Volume 1).
  • MASSI, Fernanda Peixoto. 1989 Franceses e Norte-Americanos nas Ciências Sociais Brasileiras (1930-1960). In: MICELI, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: IDESP/Editora Vértice/FINEP. (Volume 1).
  • PONTES, Heloisa. 1989. Retratos do Brasil: Editores, Editoras e “Coleções Brasilianas” nas décadas de 30, 40 e 50. In: MICELI, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: IDESP/Editora Vértice/FINEP. (Volume 1).
  • RUBINO, Silvana. 1995. Clubes de Pesquisadores: A Sociedade de Etnologia e Folclore e a Sociedade de Sociologia. In: MICELI, Sérgio (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: Editora Sumaré,. (Volume 2).

Bloco 4 - Relações étnico-raciais 
(aula 7 e 8) - Estudos sobre o Negro e a ruptura do Projeto UNESCO
  • ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. 1993. Guerra e Paz. Casa-Grande & Senzala e a obra de Gilberto Freyre na década de 30. Editora 34, Rio de Janeiro.
  • PEIXOTO, Fernanda. 2000. Diálogos Brasileiros: uma análise da obra de Roger Bastide, São Paulo, Edusp.
  • PRAXEDES, Rosangela Rosa. 2012. Projeto UNESCO: quatro repostas para a questão racial no Brasil. São Paulo: PUC (Tese de Doutorado em Ciências Sociais).
  • PEREIRA, Cláudio Luiz e SANSONE, Livio (org.). 2007. Projeto UNESCO no Brasil : textos críticos. Salvador : EDUFBA. (http://biblioteca.clacso.edu.ar/Brasil/ceao-ufba/20130403104247/projeto.pdf)

(aula 9) – As relações étnico-raciais entre 1970-2000
  • SCHWARCZ, Lilia. 1999. “Questão racial e etnicidade”. In: Sergio Miceli (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo: Editora Sumaré, pp. 267-326.
  • FRY, Peter. 1982. Para Inglês ver. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
  • FRY, Peter e VOGT, Carlos. 1996. A África no Brasil: Cafundó. São Paulo: Companhia das Letras.
  • SANSONE, Lívio e PINHO, Osmundo A. 2008. Raça: novas perspectivas antropológicas.

Bloco 5 - Etnologia  
(aula 10) - indígena e indigenismo
  • CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto de. 1978 - A sociologia do Brasil indígena. 2ª ed. Brasília/Rio de Janeiro, Editora da UnB/Tempo Brasileiro.
  • CARDOSO De Oliveira, Roberto. 1981 [1964]. O Índio no Mundo dos Brancos. Brasília: Editora da Universidade de Brasília.
  • CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. 1987. Antropologia do Brasil: Mito, história, etnicidade. São Paulo: Brasiliense.
  • GRUPIONI, Luís Donisete Benzi & GRUPIONI. Maria Denise Fajardo. Depoimento de Darcy Ribeiro.Revista Brasileira de InformaçãoBibliográfica em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: n° 44, p. 03-30, 2° sem. 1997.

(aulas 11 e 12) - Direções da Etnologia
  • SEEGER, Anthony; DA MATTA, Roberto & CASTRO, Eduardo Batalha Viveiros de. 1987.  "A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras" In: OLIVEIRA, João Pacheco de,org. Sociedades Indígenas e indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro/São Paulo, Editora da UFRJ/Editora Marco Zero.
  • CASTRO, Eduardo Batalha Viveiros de. 1987.  "Alguns aspectos do pensamento Yawalpíti (Alto Xingu): classificações e transformações". In: OLIVEIRA, João Pacheco de (org.) IDEM.
  • TAYLOR, Anne-Christine. O Americanismo Tropical, uma fronteira fóssil da etnologia? [link
  • TURNER, Terence. 1993. "De Cosmologia a História: resistência, adaptação e consciência social entre os Kayapó", Viveiros de Castro, Eduardo & Carneiro da Cunha, Manuela (orgs.) Amazônia. Etnologia e História Indígena. NHII/USP, FAPESP.LIMA, Antônio C. de S. 1987. Sobre Indigenismo, Autoritarismo e Nacionalidade: considerações sobre a constituição do discurso e da prática da proteção Fraternal no Brasil. In: OLIVEIRA, João Pacheco de (org.) IDEM.
  • OLIVEIRA, João Pacheco de. 1987. O Projeto Tukuna: uma experiência de ação indigenista. OLIVEIRA, João Pacheco de (org.) IDEM.

Bloco 6 - Balanços gerais sobre o período recente 
(aulas 13 e 14) - 1960-2000
  • CORREA, Mariza. 1995. "A antropologia no Brasil (1960-1980)". História das Ciências Sociais no Brasil.Org. Miceli, S.P, Sumaré/FAPESP, vol. 2.
  • REIS, Elisa Pereira & REIS, Fábio Wanderley & VELHO, Gilberto. 1997 . As Ciências Sociais nos Últimos 20 Anos: três perspectivas. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol 12, nº 35, out..
  • RUBIM, Christina de Rezende. 1997 . Os Programas de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre: UFRGS/IFCH/PPGAS, ano 3, n. 7, p. 97-128.
  • VELHO, Otávio. 2008. “A Antropologia e o Brasil, hoje”. Revista Brasileira De Ciências Sociais - Vol. 23 Nº. 66, pp. 5-9.

(aula 15) - O fim do século XX e a emergência de dois grandes divisores
  • CASTRO, Eduardo Batalha Viveiros de. 1999 – “Etnologia Brasileira” in MICELI, Sérgio (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). Sumaré, São Paulo.
  • OLIVEIRA, João Pacheco de 1999. A viagem da volta. Etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro, ContraCapa.
  • Revista Horizontes Antropológicos nº 23 - Seção Espaço Aberto (conferir os 20 artigos do debate sobre cotas raciais)